A fabricação de papel é um processo complexo, composto por várias etapas: seleção da matéria-prima, polpação, preparação da massa, formação, secagem e acabamento. Neste artigo, abordaremos as matérias-primas e os processos de obtenção de polpa celulósica.
As matérias-primas podem ser virgens ou recicladas. A matéria-prima virgem é a madeira, que, dependendo da espécie, resulta em fibras curtas ou longas, cada uma com características específicas. Fibras longas, obtidas a partir do Pinus, por exemplo, são mais resistentes. Já as fibras curtas, como as do Eucalipto, são menos resistentes, mas proporcionam um melhor acabamento superficial. Outros tipos de fibras, como algodão e bagaço de cana, também são utilizados, embora em menor escala.
Quando se utilizam matérias-primas virgens, é necessário aplicar métodos mecânicos ou químicos para separar as fibras da madeira, transformando-a em uma massa que será utilizada na fabricação do papel. Os processos mecânicos são os mais tradicionais e produzem a chamada pasta mecânica ou pasta de alto rendimento. Embora esse processo tenha o melhor aproveitamento da madeira, as fibras resultantes são mais curtas devido à força mecânica envolvida, que acaba quebrando-as. Isso, porém, não é necessariamente um problema, pois a pasta mecânica confere rigidez, espessura e opacidade ao papel, características desejáveis em diversas aplicações.
A maneira mais comum de se obter celulose é por meio de processos químicos, sendo o processo Kraft o mais utilizado. Na polpação química, as fibras não são separadas mecanicamente, mas por reações químicas que dissolvem a lignina, preservando as fibras e conferindo maior resistência ao papel. A polpa resultante é marrom e pode ou não ser branqueada. Embora esse método gere fibras de melhor qualidade, ele apresenta menor aproveitamento da matéria-prima e gera resíduos tóxicos que precisam ser tratados adequadamente.
Já as matérias-primas recicladas, chamadas de aparas, são classificadas de acordo com o tipo de papel, limpeza e origem. A ABNT classifica as aparas em 31 tipos, que podem ser agrupados em três grandes grupos: aparas marrons, aparas brancas e aparas de cartão. Cada grupo possui subclassificações que indicam a pureza do material. As aparas podem ser pré-consumo, obtidas durante o processo de conversão, ou pós-consumo, provenientes de fontes industriais ou comerciais (mais limpas), até aparas de coleta, que contêm mais impurezas.
As aparas são desagregadas ao serem misturadas com grande quantidade de água e processadas em um equipamento chamado hidrapulper. Após a desagregação, passam por uma série de equipamentos, como cleaners e depuradores, para a remoção de impurezas, ficando prontas para o uso.
Na Marombas Papéis, utilizamos tanto matérias-primas virgens quanto recicladas. Entre as matérias-primas virgens, usamos a pasta mecânica de Pinus, que é produzida em nossa própria planta, e celulose branqueada de fibra curta, adquirida de fabricantes de renome no mercado. No caso das matérias-primas recicladas, utilizamos apenas aquelas com o menor nível de impureza, como refiles ou aparas de origem industrial e comercial. O uso de matéria-prima de qualidade é fundamental para obter as propriedades mecânicas de nossos cartões e garantir que eles estejam em conformidade com as normas da ANVISA para contato com alimentos.